Gestor é afastado do cargo após tentar impedir vereador a entrar sem máscara em escola de Manacapuru
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Gestor é afastado do cargo após tentar impedir vereador a entrar sem máscara em escola de Manacapuru

Ministério Público investiga as circunstância do afastamento. Jackson Azevedo diz que recebeu com indignação o comunicado sobre seu afastamento da gestão da escola Zoraida Ribeiro Alexandre, a qual atua na função há oito anos.



Na manhã desta sexta-feira (28), o professor Jackson Azevedo, gestor da Escola Municipal Zoraida Ribeiro Alexandre, foi comunicado oficialmente sobre seu desligamento do cargo após o mesmo questionar o vereador Gerson D'Angelo, primo do prefeito de Manacapuru, Betanael D'Angelo (Beto), após o mesmo entrar na escola municipal sem máscara.



Após a confusão, que inclusive culminou com a ida de Policiais Militares até a escola, que tem uma das salas cedidas para a Câmara Municipal, que uma vez por semana realiza a sessão no local, o gestor foi chamado na sede de Secretaria Municipal de Educação, onde foi informado sobre o seu desligamento do cargo.


"Primeiro, a secretaria queria que eu assinasse minhas férias, depois, que eu pedisse meu afastamento, como eu não concordei, porque eu estava apenas cumprindo meu dever, não fiz nada de errado, não poderia assumir essa culpa aceitando o que foi proposto". Disse Jackson

Pressionado por um grupo de vereadores da que forma a base aliada do prefeito de Manacapuru, o secretário Raimundo Conde, assinou o afastamento de Jackson do cargo de gestor da escola, o colocando para cumprir funções administrativas dentro da Semed.


"É com muita indignação que eu recebi esse documento a qual me retira do cargo de gestor, principalmente em uma semana que a gente teve muito baque por conta de perdas da covid-19, sábado perdemos um professor, hoje eu perdi um amigo, e agora estou passando por tudo isso, porque quis fazer com que um vereador cumprisse um protocolo que é de conhecimento de todos, importante ressaltar, que todos os demais vereadores cumpriram na íntegra as medidas de segurança, só senhor Gerson D'Angelo que não cumpriu e ainda desacatou a mim e ao vigia desta escola, no exercício das nossas funções". Desabafou.

Nossa equipe procurou a Semed, na pessoa do secretário Raimundo Conde, que informou está na Zona Rural, e disse que o decisão do afastamento foi para que os fatos sobre o ocorrido sejam apurados.



A Promotoria investiga as circunstância do afastamento do gestor, como afirma nota publicada no portal do Ministério Público. (leia na íntegra)

O Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Manacapuru, instaurou Procedimento Preparatório para coletar elementos de prova referentes à suposta conduta do vereador Gerson D'Angelo nas dependências da Escola Municipal Zoraida Ribeiro Alexandre. A Promotora de Justiça Tânia Maria de Azevedo recebeu a notícia de que o vereador adentrou no recinto sem o uso de máscara e, ao ser advertido pelo Diretor Jackson Azevedo Souza, o injuriou e desacatou dentro do ambiente escolar e no exercício de suas funções.


"O Professor Jackson foi ouvido e informou que o Vereador estaria exigindo da Secretaria Municipal de Educação, que ele fosse afastado de suas funções. As testemunhas são servidoras da prefeitura e também estariam sendo ameaçadas de exoneração, caso testemunhem em favor do professor. Ao tomarmos conhecimento disso, instauramos o procedimento, a fim de que tudo seja investigado", relatou a Promotora de Justiça.

Caso sejam confirmados, os fatos levados ao conhecimento do Ministério Público constituem ato de quebra de decoro parlamentar, passível de representação do Ministério Público à Câmara Municipal para as providências cabíveis.

O Secretário de Educação foi intimado a prestar informações e advertido no sentido de se abster de qualquer retaliação ou afastamento quanto ao professor e às testemunhas a serem intimadas para prestar depoimento, sob pena de responsabilização penal, civil e administrativa. As testemunhas também foram intimadas a prestar declarações, sendo, ainda, alertadas de que devem comunicar imediatamente ao Ministério Público qualquer tipo de ameaça, perseguição ou retaliação.



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