Grávida e bebê morrem e família acusa Hospital de Manacapuru de negligência
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Grávida e bebê morrem e família acusa Hospital de Manacapuru de negligência

Mulher que estava grávida de oito meses deu entrada no hospital com pressão alta e após ser medicada, segundo a família, passou mal e foi transferida para Manaus. Hospital de Manacapuru nega negligência.


Por Érisson Araújo


Uma jovem de 28 anos, identificada como Valdizia de Lima Praia, que estava grávida de 8 meses, morreu na tarde desta sexta-feira (10), na Maternidade Ana Braga para onde foi transferida do Hospital de Manacapuru na noite da última quinta-feira (09).



Val como era conhecida, trabalhava na loja Érica Bijuterias e Variedades. De acordo com familiares ela estava bem, tanto que foi trabalhar ontem pela manhã, e a tarde foi até ao Posto de Saúde para realizar a consulta pré-natal, ao fazer a triagem foi constatada que estava com a pressão alta, então foi encaminhada para o Hospital Lazaro Reis, ao dar entrada na unidade hospitalar a jovem foi medicada, logo em seguida, segundo familiares, ela começou a apresentar convulsões.


“Ela sofreu várias convulsões no Hospital daqui e nada dos médicos tomarem alguma solução, enquanto um médico queria encaminhá-la para Manaus, outro médico não queria e ficaram nesse impasse até a noite, quando minha irmã piorou aí levaram ela para Manaus, aqui nem sequer examinaram como estava a criança, só foram descobrir que a bebê estava morta na maternidade em Manaus”. Disse Valcimara Praia, irmã da vítima.

Após a retirada da criança, a mãe continuou internada apresentando, segundo a Maternidade, estado grave de eclampsia.


O corpo da menina veio para Manacapuru para ser velado, por volta das 15h, Val não resistiu e também veio a óbito. Familiares da jovem, que estava grávida do primeiro filho, dizem que vão procurar por justiça.


“Nós queremos sim que justiça fosse feita, eles poderiam ter atendido minha irmã com era para ser, não ficar um jogando para o outro, vendo ela piorar para depois mandar ela para Manaus praticamente morta, nós vamos em busca de justiça para que outras pessoas não sofram o que a gente está sofrendo por conta de incompetência”. Disse a irmã.

Nós procuramos a direção do Hospital Lazaro Reis, e fomos atendidos pela diretora Sônia Almeida e pelo médico obstetra Dr. Igor Rodas. De acordo com Sônia, não houve demora no atendimento da paciente.


“Por volta das 14:40 ela deu entrada na maternidade, passou pelo acolhimento foi atendida pela enfermeira do plantão e logo após, o doutor Igor obstetra fez os procedimentos cabíveis”. Disse a diretora.


Sobre a denúncia na demora para a remoção, Sônia disse foi gasto o tempo necessário apenas para estabilizar a paciente.


“O tempo que ela ficou esperando essa remoção foi justamente para estabilizar o quadro dela, não se pode encaminhar nenhum paciente haja visto que ele não esteja estável... Foi entrado no sistema regulador, porque hoje todo e qualquer paciente de que der entrada no Hospital de Manacapuru e de qualquer município eles precisam ser regulados, enquanto Manaus não libera um leito, o paciente não pode sair de Manacapuru, então ela entrou no sistema e como houve a demora o Dr. Igor tomou a decisão de encaminha-la por vaga zero. O sistema liberou o leito as 20h e as 20:10h ela saiu da ambulância acompanhada por um médico”. Esclareceu.

De acordo com o Dr. Igor Rodas, a paciente deu entrada no Hospital com pressão alta e todos os procedimentos necessários foram realizados.


“Inicialmente foi tratado como um quadro que poderia ser tratado aqui no hospital já que não aparentemente nenhuma outra complicação. Na evolução a paciente começou a apresentar alguns estigmais que poderia indicar que a paciente teria um caso mais grave de doença hipertensiva, infelizmente nesse momento a paciente começou a ter as crises convulsivas e foi feita a medicação para controlar as crises convulsivas”. Disse Igor


Em relação ao estado de saúde do bebê, o médico informou que ao dar entrada no Hospital os batimentos da criança estavam normais.


“Infelizmente essa doença que ela apresentou, a doença hipertensiva da gravidez é uma doença que justamente o corpo da mulher tá rejeitando a criança, em casos graves a doença só controla depois que a gente tira a criança, depois que a gente faz um parto cesariano." Ressaltou

Ainda segundo o médico, a falta das condições necessárias do Hospital de Manacapuru para manter uma criança prematura, foi um dos motivos para que ele tenha feito o encaminhamento para Manaus.

Infelizmente pelo tempo de gestação dessa paciente, a criança estava muito prematura e aqui na unidade não tínhamos suporte para poder manter uma criança prematura dessa idade, então essa foi outra razão pela qual foi decidido o encaminhamento com vaga zero, porque eu era ciente do risco que estava correndo a criança, provavelmente tinha ter que sair porque o corpo da mãe com essa gravidade da doença com certeza estava rejeitando, então provavelmente no caminho a evolução fez com que o corpo da mãe tenha rejeitando e em algum momento fez com que a criança tenha vindo a óbito”. Disse

Mãe e filha estão sendo veladas na Igreja Bom Pastor no Bairro de Aparecida, próximo à Delegacia Regional de Manacapuru e o enterro deve acontecer na manhã deste sábado (11).

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