Sentimento de dor e revolta marcam o velório de mãe e filha em Manacapuru.
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Sentimento de dor e revolta marcam o velório de mãe e filha em Manacapuru.

Jovem que estava grávida de oito meses morreu após apresentar quadro de hipertensão grave. Família acusa Hospital de Manacapuru de negligência.


Por Érisson Araújo


Nossa equipe esteve na manhã deste sábado (11), acompanhando o velório da jovem de Valdiza de Lima Praia (28) e da sua bebê que se chamaria Hadassa, que está acontecendo na Igreja Bom Pastor, no Bairro de Aparecida, próximo a Delegacia de Manacapuru. A jovem que estava grávida de oito meses deu entrada com pressão alta no Hospital Lazaro Reis foi transferida para Maternidade Ana Braga em Manaus, mas a bebê já chegou no local sem vida, a mãe também não resistiu e faleceu. Familiares acusam o Hospital de Manacapuru de negligência.

Mãe e filha são veladas na Igreja Bom Pastor no Bairro de Aparecida

Nossa equipe falou com a mãe da Valdiza, que reafirmou a informação da demora no atendimento da jovem em Manacapuru, segundo Dona Solange Lima, a filha foi entupida de medicamento no hospital e só transferiram ela quando o estado de saúde já estava irreversível.

Dona Solange Lima, mãe da vítima reclama dos procedimentos adotados no Hospital de Manacapuru

“Minha filha estava bem, falando andando dentro do hospital, e eles entupiram ela de remédio, era remédio na veia e até que ela teve a primeira convulsão, e ao invés do médico ter logo tomado as providências, continuou entupindo minha filha de remédio. Ela teve três crises no hospital daqui para poder ele encaminhar ela para Manaus, quando nós chegamos lá, os médicos da maternidade me falaram que ela demorou muito para ser levada, me perguntaram ainda porque o médico não tinha feito a cessaria, que isso poderia ter salvado meu neto e minha filha”. Lamentou!

Joel Gomes, marido da vítima, ressaltou que a família irá buscar por justiça para que outras mães não morram, segundo ele por conta do descaso.


Joel Gomes, esposo da vítima, afirma que a família vai em busca de justiça
“Eu não quero que outras famílias sejam destruídas por conta de negligência de um médico que poderia ter salvado minha mulher e minha filha, eles estudam para isso, mas infelizmente nesse hospital de Manacapuru tá uma calamidade, hoje estou velando minha família, estou chorando a perda de duas pessoas, e amanhã, quem será a próxima vítima? Até quando isso vai continuar acontecendo sem que alguém faça alguma coisa?”. Questionou Joel.

O enterro da mãe e filha está marcado para as 15:30h deste sábado (11), no Cemitério localizado no KM 09 da Rodovia AM 352 (estrada de Novo Airão).


Na noite desta sexta-feira (10), a Direção do Hospital publicou uma nota falando sobre o caso.


Leia nota na íntegra


A Direção do Hospital Lázaro Reis vem a público esclarecer sobre o ocorrido com a paciente Valdeniza de Lima Praia que veio a óbito em Manaus.


Informamos que a paciente deu entrada na unidade hospitalar, procedente de uma UBS onde aguardava consulta, apresentando picos hipertensivos.


A paciente assim que chegou ao Hospital foi avaliada e internada para estabilização de quadro hipertensivo com DOENÇA HIPERTENSIVA EM GRÁVIDA GRAVE e neste quadro a paciente não poderia ser removida, haja visto o seu estado descompensado.

Infelizmente a doença que a paciente apresentou, que é conhecida como doença hipertensiva da gravidez, é justamente onde o corpo da mulher grávida rejeita a criança e é agravada devido as convulsões.


Prontamente detectado o estado de gravidade da paciente, foram realizados os procedimentos de estabilização da mesma e foi solicitado a regulação de um leito de UTI na capital através do Sistema de Regulação Estadual, onde o mesmo foi criado pela SUSAM, que restringe os municípios de encaminhar pacientes aos hospitais em Manaus sem que os devidos leitos estejam liberados pelo sistema.


Durante todo o tempo em que a paciente aguardava a sua transferência, a mesma teve toda a assistência prestada pela equipe médica e de enfermagem, sendo transferida para a capital acompanhada de um médico, a partir do momento em que houve a liberação da entrada, pela emergência da Maternidade Ana Braga.


Nos solidarizamos com a dor da família neste momento de perda, ressaltando que tudo o que estava ao alcance da equipe médica do Hospital Lázaro Reis, foi realizado para salvar as vidas da mãe e de seu filho.


Informamos ainda, que a família tem todo o direito de acesso ao prontuário da paciente, onde consta toda a assistência prestada pela equipe desta unidade hospitalar até o momento da sua transferência para Manaus.

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